6OUT2011
Os elementos do Corpo de Intervenção da PSP em Lisboa fizeram hoje ao almoço um "levantamento de rancho" em protesto contra o corte do subsídio de serviço nas férias e baixas médicas, disse à Lusa fonte da corporação.
Segundo a mesma fonte, os elementos do Corpo de Intervenção (CI) que estavam na quarta-feira à noite de serviço também fizeram um "levantamento de rancho" ao jantar.
Em causa está a não atribuição do suplemento especial de serviço no período de férias, baixas médicas e outras faltas ao serviço, passando o subsídio a ser pago apenas pelos dias de trabalho efetivo.
Todos os elementos da Unidade Especial de Polícia (UEP), onde está integrado o CI, recebem mensalmente cerca de 300 euros, sendo também atribuído um suplemento, com valor inferior, aos elementos da investigação criminal.
A fonte do CI adiantou que na quarta-feira tiveram conhecimento do fim do suplemento especial de serviço durante o período de férias, tendo levado à contestação dos elementos que estavam de serviço.
A mesma fonte sublinhou que o "levantamento de ranho" é para continuar nos próximos dias.
Contactada pela Lusa, a Direção Nacional da PSP referiu que cerca de 40 elementos do CI não almoçaram hoje, esclarecendo que a refeição é paga pelos próprios polícias, não considerando, por isso, que seja um "levantamento de rancho".
Como as refeições já estavam confecionadas, foram distribuídas por instituições de solidariedade social, adiantou a Direção Nacional.
Os elementos do CI também estão a ameaçar entregar "apenas com a assinatura" a prova anual de certificação de tiro que se realiza esta semana, referiu a fonte, realçando que uma nota negativa neste teste pode levar a que seja retirada a arma aos polícias.
O vice-presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), Manuel Morais, explicou à agência Lusa que os elementos do CI ficaram "revoltados" quando souberam dos cortes no subsídio.
Segundo Manuel Morais, este corte tem por base um parecer da Assembleia da República.
O sindicalista contesta que apenas esteja a ser aplicada uma parte da Lei 12-A, que equipara as forças de segurança aos funcionários públicos, deixando de lado a colocação nas novas tabelas remuneratórias, que já entraram em vigor em janeiro de 2010.
O Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP) também manifestou-se "indignado" com a publicação do despacho da Direção Nacional da PSP sobre os cortes no subsídio "nesta altura e não quando entrou em vigor o estatuto".
Em comunicado, o SPP adianta que já entregou um pedido de impugnação do despacho que "rouba" subsídio aos elementos da UEP e investigação criminal.
"Todos os sistemas remuneratórios encontram-se congelados, através da Lei de Orçamento de 2011, pelo que não se pode descongelar apenas para a retirada de direitos", diz o SPP.
fonte RTP
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