"“Ou comes a sopa ou chamo o Sr. Polícia / Sr. Guarda”
“Porta-te bem senão chamo o Sr. Polícia / Sr. Guarda”
Quantas vezes eu ouço barbaridades destas de pais que não conseguem gerir o comportamento dos filhos, recorrendo a um erro brutal de chantagem e medo.
É que um dia, se alguma dessas crianças se perder dos pais, a última pessoa a quem irão recorrer seria a primeira a ajudá-la, bem como aos pais, nessa adversidade.
.Houve alturas – nasci ainda no tempo da “outra senhora” – em que o papel policial não era dos mais bem vistos pela sociedade, por motivos sobejamente conhecidos –felizmente que a situação mudou! – mas hoje em dia os pais a agirem assim poderão criar situações gravosas para eles e respectiva prole.
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Eu sempre ensinei às minhas filhas que o Sr. Polícia era bom e se um dia se perdessem do pai ou da mãe que se agarrassem às calças do Sr. Polícia e dissessem que queriam o pai e a mãe; sempre as levei a ter com polícias na rua para os cumprimentarem; ensinei-lhes quais eram as fardas (porque há PSP, GNR, Bombeiros, Vigilantes) e que esses as iriam ajudar em caso de necessidade.
Talvez por ser uma atitude pouco habitual, também achava curiosa a atitude dos agentes da autoridade a quem me dirigi, nomeadamente a cara de espanto perante a minha iniciativa, mas regra geral, segundos depois, estavam à conversa com os meus rebentos, houve alguns, muito poucos, que nem uma palavra deram às crianças e isso inibia-as de se dirigirem posteriormente a outro agente da autoridade, mas com alguma insistência, as coisas ultrapassavam-se e assim continuou o ritual de cumprimentar o Sr. Polícia.
Eu ensinei-lhes que o Sr. Polícia era bom e é essa a ideia com que elas ficaram e quero que fiquem, pelas razões anteriormente apontadas.
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Mas a Instituição também tem uma obrigação: a de zelar para que seja moralmente correcta, com patamar de valores elevados; igual ou superior, comparativamente ao cidadão. E deve zelar para que sejam afastados os que saiam desse padrão, para que os restantes não sejam medidos pela mesma bitola, para que o cidadão os continue a respeitar, como eu acho que merecem.
Há sempre ovelhas negras em qualquer lado e as Forças de Segurança não são excepção e são essas que deverão deixar a mesma, independentemente do posto ou idade, a bem do bom nome da Instituição e dos elementos que a compõem.
.Eu obrigo-as a comer a sopa sem recorrer a métodos chantagistas tolos e continuo a dizer às minhas filhas que o Sr. Polícia é bom e que está sempre prontos a ajudar-nos.
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Cumprimentos a todos!
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João Falcato
(Ag Téc. Arq.ª e Engª.) "