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Polícias e suicidas

Ninguém espera que aqueles que têm por função zelar pela nossa segurança se suicidem, porque esta tragédia não deveria acontecer com polícias. Esperamos, sempre, que haja alguém que nos guarde como um anjo da guarda e, esse, é sempre mais forte do que nós.

A realidade é que os polícias se vão suicidando, continuando desconhecidas as causas. As associações sindicais vão falando na necessidade de maior apoio psicológico, o que parece ser verdade, mas porque se suicidam?

O suicídio é um acto de desespero, representa o desprezo pela própria vida e os números indiciam que não basta apoio psicológico. As condições de trabalho, a pressão a que são sujeitos e, porventura, a fragilidade da família e a falta de apoio e de atenção podem justificar aquela triste realidade. É preciso saber seleccionar os polícias, com testes psicotécnicos que permitam despistar tendências suicidas. Mas, principalmente, é necessária uma atenção diária por aqueles que trabalham ao nosso lado.

Os polícias não são máquinas, encontram-se sujeitos a pressões que o cidadão comum nem sonha e alguns não aguentam. A primeira defesa deve começar dentro do grupo, detectando comportamentos desviantes e depressivos. Como diz um psiquiatra amigo: alguém que se encontra depressivo e possui uma arma deve ser o primeiro a ter a atenção e os cuidados devidos.
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Gonçalo Amaral, Ex-Coordenador da PJ
fonte CM

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